Comece na Rua do Regedor (1), junto à Rua da Madalena. Vai encontrar um portal manuelino (2), que dava acesso a um palácio onde se casou D. Leonor, filha do rei D. Duarte, com Frederico III da Alemanha, em 1452. Passando fachadas cobertas de azulejos (3), chega-se ao Largo de São Cristóvão (4), onde se encontra a Igreja de São Cristóvão (5) e se vê um mural realizado em 2012, dedicado ao fado, nas Escadinhas de São Cristóvão (6). Virando à direita na igreja, subindo as escadas do Beco de São Francisco (7), e seguindo pela esquerda (8), chega-se ao Largo da Achada (9), com um pequeno chafariz ao centro (10), e onde se vê uma obra de arte urbana do artista italiano Andrea Tarli (11). É aqui que também se encontra uma das casas mais antigas da cidade, com origem no século XVI e ainda com curiosas janelas ogivais (12).
Continue pela Rua da Achada (13), e siga pelas escadas do Beco das Flores, que descem até à Rua das Farinhas. Vire à direita, e a Rua das Farinhas (14) termina no Largo da Rosa (15). Daqui avista-se o castelo e encontra-se o Palácio da Rosa (16), do século XVII, colado à Igreja de São Lourenço. A Igreja não se encontra aberta ao público, e o palácio tem há já vários anos um projeto para transformar-se em hotel... Descendo as escadas em frente à igreja (17) e passando um edifício coberto de azulejos na Calçada de São Lourenço (18) chega-se à estreita Rua de São Lourenço, onde se deve virar à esquerda. Ao fim da rua chega-se ao calmo Largo dos Trigueiros (19), onde de manhã só se ouve a água do pequeno chafariz central. É aqui que se entra numa galeria ao ar livre, com vários retratos dos velhos moradores da Mouraria nas fachadas, um tributo da fotógrafa britânica Camilla Watson, que tem aqui o seu atelier. Veja alguns dos retratos no Beco das Farinhas (20) (21) (22), e regresse ao Largo dos Trigueiros, descendo depois as escadas (23) até à Rua do Arco do Marquês de Alegrete. Siga para a direita em direção à Praça Martim Moniz, onde se encontra a pequena Igreja de Nossa Senhora da Saúde (24). Uns poucos passos mais à frente encontra-se um portal manuelino (25), parte do antigo Colégio dos Meninos Órfãos, uma instituição de caridade de 1549. Encontra-se fechado, mas esconde um impressionante conjunto de painéis de azulejos setecentistas com passagens do Antigo e do Novo Testamento (26), que só é visto em raras visitas guiadas.
Um pouco mais à frente chega-se à Rua do Capelão, conhecida como “a rua do fado”, com uma guitarra portuguesa esculpida num bloco de mármore (27), homenageando a Mouraria como berço da canção de Lisboa. Seguindo pela Rua do Capelão, entra-se noutra galeria a céu aberto, desta vez expondo “Retratos do Fado”, celebrando as vozes que nasceram, cresceram ou cantaram na Mouraria, desde Maria Severa (28) a Amália Rodrigues e seus contemporâneos (29). É aqui que se encontra a Casa da Severa (30), casa onde nasceu e viveu a fadista Maria Severa Onofriana, recentemente recuperada e hoje palco de noites de fado. Segue-se o pitoresco Largo da Severa, centro do bairro que escapou ao terramoto de 1755.
Vire para o Beco do Jasmim (31), onde se chega a outro recanto pitoresco (32). Virando novamente à direita, chega-se à Rua João do Outeiro (33), onde se encontra um dos restaurantes mais tradicionais da cidade, o popular Zé da Mouraria, aberto apenas ao almoço. Mais à frente chega-se à Casa Fernando Maurício, um pequeno museu inaugurado em 2015, dedicado ao fadista Fernando Maurício, conhecido como o “Rei da Mouraria” e a segunda figura mais ligada ao bairro a seguir à Severa. Com apenas três salas, a casa celebra a vida do fadista através de objetos pessoais, prémios, fotografias e discos.
Virando à esquerda (34) regressa-se à Rua da Mouraria, onde se deve virar à direita e depois à esquerda em direção à Praça Martim Moniz (35), e seguir pela movimentada Rua da Palma à direita. Aqui entra-se numa pequena “Chinatown”, e encontra-se um dos vários chafarizes monumentais da cidade, este construído em 1824 em estilo neoclássico, e coroado por uma esfera armilar (36). Quase em frente vê-se um dos mais belos edifícios da cidade, de 1908, hoje transformado em hotel (37). É um edifício que marca a entrada do Largo do Intendente (38), conhecido pela emblemática fachada coberta de azulejos (39). Ao lado fica a bela loja A Vida Portuguesa, cheia de produtos “made in Portugal”.