Gótica
Lisboa tem poucos monumentos góticos. O mais notável é o Convento do Carmo, vítima do terramoto de 1755 e hoje uma bela ruína. Continua a ser a mais pura construção gótica da cidade, pois outras com características góticas, como a Sé, misturam estilos mais antigos ou mais recentes.
Manuelina
Este estilo genuinamente português desenvolveu-se durante o reinado de D. Manuel I, e é um gótico tardio ou flamejante, e uma fabulosa glorificação dos Descobrimentos portugueses. Uma rica ornamentação de motivos marinhos, o escudo nacional e a cruz da ordem de Cristo são as suas características principais.
Dois dos monumentos mais emblemáticos deste estilo são o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, mas existem outros exemplos em Lisboa, como o Convento da Madre de Deus (Museu do Azulejo), a Igreja da Conceição Velha e a Casa dos Bicos. Um exemplo do neo-manuelino que surgiu no século XIX é a Estação do Rossio.
Pombalina
A reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755 foi feita num estilo neoclássico que ficou conhecido por "Pombalino", referindo-se ao Marquês de Pombal, o responsável pelo projeto. É um estilo simples com fachadas depuradas (excetuando aquelas mais tarde forradas com azulejos), usando uma estrutura anti-sísmica designada de "gaiola" em edifícios de quatro pisos e equipados com saneamento moderno. Eram ideias de vanguarda na altura, juntando-se às dos métodos de construção pré-fabricada, criando o primeiro exemplo de urbanismo racionalista.
Apesar de o estilo Pombalino encontrar-se sobretudo em Lisboa, também foi usado em muitas construções no sul de Portugal e no Brasil. A obra prima é, no entanto, a Baixa lisboeta, sendo o Rossio e a Praça de São Paulo os espaços mais exemplares.
Barroca
A palavra "barroco" em vários idiomas tem origem na palavra portuguesa. O estilo surgiu durante a descoberta de ouro e de diamantes no Brasil no século XVIII, levando à profusão de ornamentação em talha dourada em muitas igrejas e palácios de Portugal e da Europa.
Existem poucos monumentos puramente barrocos em Lisboa, pois foi um estilo frequentemente usado no enriquecimento de edifícios já existentes, e houve uma mistura de outros estilos mais recentes em reconstruções e renovações.
No entanto, existem vários interiores monumentais, como o da Igreja de São Roque, o da Basílica da Estrela, da Igreja de Santa Catarina, da Igreja do Menino Deus, do Panteão Nacional e da Igreja da Graça, entre vários outros exemplos.
Neoclássica
Enquanto o estilo pombalino surgiu da necessidade de uma arquitetura mais funcional numa nova cidade iluminista, os edifícios mais importantes de Lisboa depois do terramoto eram mais monumentais, em estilo neo-clássico. O primeiro foi o Teatro Nacional de São Carlos, depois veio o Palácio da Bemposta, o Teatro Nacional D. Maria II, o Palácio de São Bento, os Paços do Concelho e o Palácio da Ajuda.
Neo-Mourisca
Com a exceção do castelo, não existem edifícios do tempo dos mouros em Lisboa. No entanto, durante a época romântica do século XIX, muitas construções novas revelaram uma inspiração mourisca. Este estilo neo-mourisco pode ser visto na Praça de Touros do Campo Pequeno, com as suas características cúpulas e arcos mouriscos, típicos de tantas outras praças de touros ibéricas. Outros exemplos são o pátio interior da Casa do Alentejo e o átrio da Cinemateca, assim como o Palacete Ribeiro da Cunha e o Palacete Conceição e Silva na Avenida da Liberdade (número 226).
Arte Nova e Art Déco
No início do século XX, a Baixa e o Chiado revestiram-se de elementos Arte Nova, e logo de imediato surgiu o estilo Art Déco. Desde fachadas de espaços comerciais, à decoração de azulejos, ainda se encontram alguns belos exemplos, como o famoso Café Nicola, o antigo cinema Animatógrafo do Rossio, o Internacional Design Hotel, a Confeitaria Nacional, e o edifício Grandella (hoje uma loja H&M).
Mais a norte, nas Avenidas Novas, encontra-se o belo edifício do Museu Anastácio Gonçalves.
Dois exemplos Art Déco são agora hotéis, o Teatro Éden (Hotel VIP Eden) e o Hotel Britânia.
Contemporânea
O primeiro grande exemplo de arquitetura contemporânea em Lisboa foi o edifício da Fundação Calouste Gulbenkian, classificado como monumento nacional em 2010. Encontra-se rodeado de jardins desenhados por Gonçalo Ribeiro Telles, o reconhecido arquiteto paisagista português. Outra grande instituição cultural, o CCB, veio mais tarde, uma construção em pedra calcária que inicialmente causou grande polémica devido à sua localização junto ao Mosteiro dos Jerónimos. Outra obra polémica alguns anos antes, na década de 80, foi a das torres das Amoreiras, devido ao seu estilo pós-modernista.
A Expo 98 trouxe vários exemplos notáveis de arquitetura contemporânea, como a Torre Vasco da Gama, o Pavilhão de Portugal de Siza Vieira e a Estação do Oriente de Santiago Calatrava.
Mais recente ainda é o edifício da Fundação Champalimaud, perto da Torre de Belém, e o MAAT, também em Belém.